Designação/Título: Luís de Camões
Autoria: Almeida e Silva (1864-1945)
Datas Relevantes: 1880 (no III centenário da morte do poeta, é assumida a vontade de lhe erigir um monumento em Viseu) ; 1913-10-05 (inauguração da estátua) ; 2000-06-10 (reinauguração da obra, no local onde a mesma se encontra atualmente. A cerimónia contou com a presença do Presidente da República, Jorge Sampaio).
Materiais: bronze (busto) ; granito (pedestal)
Dimensões: 145 x 50 x 35 cm (busto); 115 x 105 cm (base); 100 x 100 cm (pedestal); 210 cm (altura total)
Promotor: Câmara Municipal de Viseu
Localização: rotunda onde as ruas Alexandre Herculano e Dr. Alexandre Lucena e Vale confluem com a Alameda Luís de Camões (Viseu – Portugal).
Nota: sabemos que esta obra de homenagem ao escritor Luís Vaz de Camões já não repousa no seu lugar original. Registos fotográficos e documentais mostram-nos que o busto foi inaugurado em pleno centro histórico da cidade de Viseu, na praça onde outrora se ergueu o pelourinho e o antigo edifício dos Paços do Concelho (hoje conhecida pelo nome de Praça D. Duarte – Vd. NTGD.2019.0008).
Coordenadas GPS: 40.652060° ; -7.915803°
Descrição
O busto do poeta surge elevado sobre um pedestal de granito, que se caracteriza pelo formato paralelepipédico e pelo posicionamento vertical. Na sua face principal, esse pedestal integra várias inscrições elaboradas com a fixação de caracteres de metal. Começando de cima para baixo, é possível ler: «LUIS DE CAMÕES / 1524 [-] 1580»; «“HOMENAGEM A CAMOES” / DIA DE PORTUGAL»; «O P[RES]IDENTE DA REPÚBLICA / D[R]. JORGE SAMPA[I]O / VISEU, [1]0 [D]E JUN[H]O DE 2000».
A figura de Camões surge, por fim, a coroar o monumento. Estamos na presença de uma obra que, uma vez mais, privilegiou o bronze como matéria-prima e o Naturalismo como corrente dominante. O escritor aparece representado da cintura para cima e mantém uma pose de grande solenidade.
Um dos elementos que contribuiu para a solenidade da obra é o posicionamento dos braços, cruzados em “X” sobre o peito, sendo que a mão direita agarra e encosta um rolo de folhas mesmo por cima da zona do coração (numa referência óbvia à sua produção literária). O braço esquerdo encontra-se oculto por baixo de um longo manto que, no entanto, permite vislumbrar uma armadura metálica a cobrir o corpo do poeta. Esta indumentária fica completa com a inclusão de dois elementos iconográficos tradicionalmente associados a Camões: a gola em forma de fole e a coroa de louros sobre a cabeça.
Outro aspeto importante reside na representação da cabeça: o seu ligeiro movimento lateral (contrariando a frontalidade do torso) e o olhar firmemente apontado para o horizonte, ajudam a criar esta imagem de um homem maior, destemido e determinado, que é capaz de ver mais longe que os restantes compatriotas e sabe perscrutar o destino da sua nação.
Aos aspetos citados anteriormente junta-se depois o tamanho da obra que, embora sem atingir proporções monumentais, ultrapassa claramente o tamanho natural da anatomia humana.
Resta mencionar que esta figuração de Camões inclui todos os elementos iconográficos que permitem a identificação instantânea do poeta, incluindo o olho direito fechado, resultado de um ferimento sofrido durante uma escaramuça.
Arquivo Gráfico
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Vídeo
Documentos
FIGUEIREDO, António Vicente – Viseu: Coração de Jesus. História, memória e património. Viseu, Freguesia de Viseu, 2017.
ID da Entrada: NTGD.2019.0009
Ruben Marques (2019-08-23)